Conhecer sua maneira de pensar pode ajudá-lo a cumprir metas. Saiba como organizar as ideias para ter mais resultados
por Você/SA
O administrador de empresas paulista Álvaro Barros, de 36 anos, gerente-geral da Viacom, programadora americana de televisão, reserva as duas primeiras semanas do ano para fazer uma lista de suas metas para os próximos 12 meses. “Divido em duas partes: os objetivos pessoais e os profissionais”, diz.
Cada uma das abas é subdividida em diversos temas. Filhos, finanças, férias e saúde ficam na aba pessoal. Novos clientes, aumento de receita e contratações são alguns dos assuntos inseridos na aba profissional. Ao terminar, Álvaro imprime o documento e, pasme, coloca-o em uma pasta que o acompanha no dia a dia. Toda segunda-feira de manhã ele faz uma grande revisão dos objetivos.
É quando Álvaro desdobra as grandes metas em ações pontuais. “Minha primeira atividade é a preparação dos objetivos da semana”, diz. Diferentemente da listagem anual, suas metas podem sofrer algumas alterações no decorrer do mês. Pode ser que você ache Álvaro extremamente metódico. Ele, porém, encontrou uma maneira eficiente de concretizar seus objetivos e minimizar as frustrações no trabalho e no plano pessoal.
“Já perdi a ilusão de cumprir tudo. Mas, sem dúvida, com esse método realizo muito mais coisas do que se não o fizesse”, diz Álvaro. Existem várias formas de executar uma meta. O natural, no entanto, é fazê-lo sempre à mesma maneira — aquela a qual estamos acostumados e que já sabemos que dará certo. Especialistas em estilos cognitivos (ou estilos de personalidade) comentam que usar a mesma fórmula de execução tem vantagens, mas que há situações em que o método estruturado tem de dar lugar a um processo mais livre, mais criativo.
Se você trabalha em projetos distintos ou com equipes diferentes e não compreende esse ponto, corre o risco de entrar em atrito com o time ou o gestor da tarefa. “Estruturar o objetivo ajuda a alcançá-lo com agilidade e eficiência”, diz Gazi Islam, professor de comportamento organizacional do Insper, de São Paulo. Mas viciar-se em um método de estruturação pode ser arriscado.
Gazi lembra que, até os anos 1980, fixar um objetivo e traçar caminhos para concretizá-lo era a regra. Estudos mais recentes passaram a contestar essa teoria. “Para funções criativas ou voltadas à inovação, o ideal é ter uma cabeça mais aberta e deixar o fluxo rolar, sem fórmulas”, diz.
Qual é o seu estilo?
O ponto de partida é conhecer sua forma de pensar. De acordo com um estudo recente dos cientistas americanos Kachina Allen, Steven Ibara, Amy Seymour, Natalia Cordova, e Matthew Botvinick, o cérebro usa dois modelos básicos de planejamento. O primeiro afirma que uma ação leva a outra. Por exemplo: primeiro faço A, depois faço B para chegar ao C. O segundo diz que duas ações simultâneas são mais eficazes para atingir um objetivo.
Ou seja, faço A e B ao mesmo tempo para chegar ao C. Para Rafael Alcadipani, professor adjunto da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp), de São Paulo, no entanto, existem muitos outros modelos de planejamento mental. “O mais importante é saber qual é seu jeito de chegar ao resultado. Para isso, é preciso experimentar e descobrir qual fórmula funciona melhor para si.” Essa é a maneira de detectar os erros e corrigi- los nas próximas execuções. “Também é a forma de identificar os êxitos e repeti-los”, diz Jane Souza, consultora da Soma Desenvolvimento Corporativo, de São Paulo.
Conhecer de que maneira você planeja e executa suas ações pode ajudá-lo a cumprir seus objetivos com mais eficiência e aumentar os acertos. O efeito da prática pode ter impacto no seu bolso, já que os bônus são pagos por resultado. Agora, o maior benefício pode ser o fato de não ter de se deparar com aquela sensação, no final do ano, de que outros 12 meses se passaram e você não conquistou o que pretendia.
Confiança na intuição
AlAn Strozenberg, vice-presidente da agência de publicidade Z+, de 41 anos, e Max Petrucci, presidente da Garage interactive Marketing, de 43 anos, confiam na experiência que acumularam com os anos de trabalho e apostam na intuição para alcançar objetivos. “eu não faço anotações, tampouco elaboro diagramas. entendo qual é o objetivo e vou atrás dele”, diz Max, da Garage. alan age da mesma forma: “Vou atrás da minha intuição”, diz. a ciência define a intuição como a contribuição pessoal dos indivíduos para a solução dos problemas.
O jornalista e escritor Malcolm Gladwell, autor de Blink – A Decisão num Piscar de Olhos (ed. Rocco), afirma que a intuição é baseada no conjunto de conhecimentos próprios, adquiridos pelas múltiplas experiências de vida.
Profissionais mais experientes tendem a ter mais sucesso utilizando o método da intuição. segundo Max, o planejamento não é totalmente livre. estabelecer pequenas metas, como objetivos intermediários, ajuda principalmente quando a equipe também está envolvida e é importante que se visualize o caminho. o método permite detectar os erros mais facilmente durante a execução e faz com que o monitoramento dos objetivos por todos os integrantes seja mais fácil.
Fonte: http://migre.me/56V2a
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